Capítulo 3
Continuação do capítulo anterior: Maria e Juliana frente a frente, mãe e filha, Maria emocionada, chora ainda mais. Maria dá um abraço em Juliana e ela não entende.
JULIANA- O que há? Você ainda não respondeu... Por que chora no túmulo da minha avó?
Maria- Por que eu... Eu também a conheci, era uma grande amiga minha, uma verdadeira amiga.
JULIANA- Eu não cheguei a conhecê-la, sei que deve ter sido uma mãe e amiga zelosa. Bem, vou nessa. Vim colocar essas rosas no túmulo dela.
MARIA- Qual é o seu nome menina?
JULIANA- É Juliana, e o seu?
MARIA- O meu? É Dalva.
JULIANA- Humm, até mais então Dalva. (e se vai)
MARIA- Deus... É ela Damaris, ela é a minha filha, a minha filha... Eu a vi, eu a reencontrei.
DAMARIS- Calma, não exagere, você sabe que pra ela você não existe.
MARIA- Mas um dia, um dia eu ainda vou existir.
EMPRESA:
CIRO- E o que faço quando encontrar essa tal de Maria Dalva?
ERIC- Precisa mesmo dizer? Mate ela sem dó nem piedade. Vai receber uma boa grana por isso, pode ter certeza.
CIRO- Tudo bem, ainda hoje eu executo o plano.
ERIC- Ela mora com a tia, Damaris e você já sabe o endereço, assim que sair de casa, você a executa.
CIRO- Sim, tudo certo então. (e sai)
ERIC- Agora a Dânia pode deitar tranquilamente.
COLÉGIO AMPARO:
Vena pede para ir ao banheiro, Teresa dá o positivo e então ela sai. Carlos aproveita e pega cola colorida “amarela” e coloca na cadeira da colega de classe. Ao voltar, Vena senta sem perceber. Os garotos sorriam e então ela percebe e se levanta. A sala toda começa a chacoalhar com a cara de Vena que apenas fecha os olhos e senta novamente voltando a fazer as atividades. Teresa como sempre observa a aluna com tanta calma e paz em si. Carlos chega perto da orelha de Vena sorrindo:
CARLOS- Fez cocô nas calças... Fez cocô nas calças... Eca que nojinho! Kkkkk.
Vena apenas escuta e continua fazendo as atividades. Carlos fica sem graça. Juliana sobe na cadeira:
JULIANA- Por que vocês tem que fazer isso? Só por que ela se veste mal? Ou por que ela sabe mais do que qualquer um daqui da sala? A cada dia que passa vocês me fazem sentir nojo, nojo de dividir a mesma classe do que garotos palermas e ridículos como vocês.
LAURA- Ei, não me venha colocar no meio da história sua loira oxigenada!
JULIANA- Você não pode falar nada Laura... Já esqueceu que foi encontrada pelo diretor fazendo o que não devia no banheiro masculino do colégio e ainda teve gente que fotografou.
LAURA- Não precisa lembrar.
JULIANA- Eu só espero que um dia vocês tomem vergonha na cara e comecem a ver a vida de outra forma.
TERESA- E eu apoio. Chegará o dia que vocês irão pedir perdão para a Genoveva.
CARLOS- (se levanta) Nem que eu estivesse com AIDS que eu pediria perdão pra essa feiosa. (risos)
TERESA- Cuidado Carlos, o dia de amanhã ninguém sabe, principalmente com a fama que você tem.
Carlos e Teresa se olham. A tarde passa... Chega a noite.
RUA: CASA DE DAMARIS:
Damaris olha da janela discretamente, sem que Ciro a veja e então alerta a sobrinha:
DAMARIS- Tem um homem lá fora que não para de olhar pra cá, toma cuidado Maria.
MARIA- Deve ser capanga do Eric, o Ciro, sempre foi, conheço essa parceria de anos, eu já sei o que vou fazer, se ele fizer o que estou pensando, será tudo o que precisava pra dar inicio ao meus planos.
DAMARIS- Prometa que tomará cuidado?
MARIA- Me espere para a nossa madrugada. Mas saiba que você terá que me ajudar.
DAMARIS- Tudo bem...
Ciro aguarda a saída de Maria, assim que ela sai, ele coloca uma máscara e vai atrás.
No jantar, Juliana alegre, Eric pergunta desconfiado:
ERIC- Filha, por que tanta alegria?
JULIANA- Não é alegria e sim entusiasmo.
DÂNIA- Por que esse entusiasmo todo? Alguma coisa em especial?
JULIANA- Quando fui ao cemitério levar flores, tinha uma mulher lá ajoelhada e chorando... Eu perguntei por que ela me disse que era amiga verdadeira dela.
ERIC- Sua avó era muito boa, todos gostavam dela.
DÂNIA- Eu sinto muitas saudades dela e responda filha, qual era o nome dessa mulher?
JULIANA- Ela me disse que era Dalva, mas percebi que estava mentindo.
Dânia deixa cair uma colher. Está preocupada, olha diretamente para Eric e vice-versa.
DÂNIA- Dalva? E falou de que?
JULIANA- Não, mãe por que vocês ficaram nervosos, o que há?
DÂNIA- Nada filha, não se preocupe, não há nada. Agora vá se deitar, amanhã iremos á missa. (Juliana sai) Ela começou meu amor... Aproximou-se da nossa filha.
ERIC- Não se preocupe, foi a primeira e a ultima... Ainda hoje ela morre.
DÂNIA- E quero sentir este gosto.
Eles tocam as taças. Maria continua andando tranquilamente e começa a correr, Ciro vai atrás... Mas a perde. Ciro vai andando quando se depara com Maria, ela sorri e então lhe dá um soco, ele desmaia.
CABANA:
Ciro acorda, está amordaçado e amarrado á uma cadeira, na sua frente Maria está com a arma apontada para seu cérebro:
MARIA- Se acha esperto não é Ciro? Mas eu ainda sou mais do que você, veio me matar a mando do Eric não é? Responda seu idiota, seu corno. (tabefe) O que eu te fiz pra que você me matasse? O que? Bem Ciro, tenho uma proposta muito maior do que o do Eric, eu vou lhe pagar o dobro e ainda te dar um cargo na empresa, um cargo que você mereça, só pra mentir pra minha irmã e pro Eric. Mentir que você me matou e ainda provar para eles. (arranca a mordaça)
CIRO- Como?
MARIA- Vou me fingir de morta e você vai tirar fotos, eles são burros, vão acreditar... E então, é pegar ou largar.
Ciro pensativo.
(a cena congela e logo se estilhaça)
FIM DO CAPÍTULO
Será que Ciro aceitará tal proposta?
Maria inicia seus planos contra Eric e Dânia.
Até onde Maria levará esta história?