Capítulo 8
1/ ILHA/ PENHASCO. EXTERIOR. MADRUGADA
David está em choque segurando uma arma olhando fixamente para os dois marinheiros que matou. Carol, impactada se aproxima de David que joga a arma no chão totalmente em choque, Carol se aproxima de David e o abraça, Mel se aproxima e fica impactada ao vê-los abraçados, ela se aproxima, logo Júlio também se aproxima e Douglas e Felipe também, todos em choque.
CAROL - (Aliviada) Finalmente o pesadelo acabou.
DOUGLAS - (Triste) Não... Pelo contrário, o pesadelo apenas começou...
Todos olham para Douglas.
JÚLIO - Tá falando do quê?
FELIPE - O navio... Ele explodiu.
MEL - O QUÊ? Como assim!?
DOUGLAS - Nós fugimos pra praia, quando os marinheiros que estavam no navio nos viram, eles foram arremessar uma granada em nós, mas a granada caiu no chão, e o navio explodiu. Estamos ilhados aqui.
DAVID - Droga!
CAROL - Era só o que faltava!
DAVID - Mas quando chegarmos ao continente, o que diremos?
FELIPE - Se chegarmos ao continente.
MEL - Diremos que a Carol matou a todos, a verdade!
CAROL - A Mel, por favor né! Não se faça de santa porque o que eu fiz foi pra proteger o que me é de direito e as nossas vidas, inclusive a sua e depois tinham 12 marinheiros, eu eliminei 4, os outros 8 não desapareceram em passes de mágica. Nós vimos o Júlio dar cabo de 1, vimos a Mel dar cabo de outro. Eu vi o David dar cabo de dois. Quem matou os outros 4 marinheiros?
Todos ficam em silêncio absoluto.
JÚLIO - FALEM CARAMBA! Estamos todos no mesmo barco!
DOUGLAS - Eu matei um a pedradas.
FELIPE - Eu matei outro com um canivete.
MEL - Eu... Eu ma... Eu matei outros 2 a tiros.
CAROL - Olha a Mel, saindo melhor que a encomenda! Matou três no total e depois se acha na moral de me chamar de assassina.
DAVID - Não importa quem matou quantos! O que importa é que todos matamos.
FELIPE - Mas foi em legítima defesa!
JÚLIO - Em legítima defesa do dinheiro só se for, gente, chega de hipocrisia, nós todos sabemos muito bem que o principal motivo que nós matamos aqueles vermes foi pela herança, as nossas vidas em jogo foi o de menos.
DAVID - Mas isso não vem ao caso, o que importa é que estamos ilhados nesse inferno.
CAROL - Isso resolvemos construindo uma canoa, tão óbvio!
JÚLIO - Vamos fazer o que com os corpos? Deixar aí por tudo quanto é canto não dá!
CAROL - Vamos jogar do penhasco.
1 DIA DEPOIS...
2/ CABANA/ COZINHA. INTERIOR. DIA
Todos os herdeiros tomam café da manhã tensos.
JÚLIO - Ei gente quando vamos começar a construir nossa canoa pra sair daqui?
CAROL - Quando acharmos o tesouro né!
MEL - Não sei, mas algo me diz que não devemos esperar até lá.
CAROL - Se der pra parar de agorar eu agradeceria!
MEL - Ai gente, vamos logo procurar esse maldito tesouro vai.
Todos pegam suas pás e enxadas e saem da cabana.
3/ MATA/ ILHA. INTERIOR. DIA
Todos os herdeiros estão aflitos cavando bastante a ilha, cansados. Até que Douglas acha um baú. Ele começa a gritar sorridente.
DOUGLAS - Eu achei gente, eu achei! O tesouro é meu!
Logo todos os herdeiros correm até ele e ficam perplexos ao se depararem com o baú.
CAROL - Não pode ser!
JÚLIO - Abre logo isso!
Douglas abre e se decepciona ao encontrar uma carta, Felipe intrigo puxa rapidamente da mão de Douglas.
MEL - E eu já estava começando a achar que achar o tesouro seria tão fácil...
FELIPE - (Lendo a carta) "Calculo que hoje que vocês leem essa carta deve ser o 2º, 3º dia, realmente vocês são muito previsíveis. Os marinheiros certamente já devem ter desaparecido de alguma forma e eu não duvido nada que tenha o dedinho de vocês. Pois bem achar o tesouro não será nada fácil para meus "queridos" herdeiros aviso desde já, por isso eu darei mais algumas dicas, que podem tanto facilitar quanto dificultar a vida de vocês. Agora vocês irão jogar o meu jogo, vocês já encontraram a 1ª das 3 cartas que eu espalhei pela ilha, na próxima carta será apenas uma dicazinha para encontrarem a carta com a verdadeira dica, a dica para encontrarem o próximo é: o próximo baú que é menor do que este está em cima de suas cabeças. Espero que gostem e que joguem de meu jogo, garanto que será divertido, pra mim é claro, risos eternos de seus queridos Samuel Stone"
DAVID - Velhote sádico! Será que ele nunca vai parar?
DOUGLAS - Sem opção, vamos jogar o jogo dele!
CAROL - É já que estamos no inferno vamos abraçar o capeta oras!
FELIPE - Meu medo é que breve abracemos o capeta... Só que pessoalmente direto do inferno.
JÚLIO - Credo!
MEL - Vai gente, se vamos jogar o joguinho dele, vamos logo!
4/ ILHA/ OUTRO PONTO. EXTERIOR. DIA
David está procurando perto da cabana, até que ele lembra da dica e sobe no teto da cabana e acha um pequeno baú. Ele joga o baú no chão e em seguida berra para todos irem até ele, todos correm até David desesperadamente.
DAVID - Em cima de nossas cabeças, no teto.
CAROL - Abra!
David rapidamente abre e começa a ler.
DAVID - (Lendo a carta) "O próximo baú está num lugar onde tem várias frutas bastante saborosas que até os recomendo a comer, além de de cima deste local termos uma maravilhosa vista para uma imensidão de azul, o verdadeiro paraíso não?"
FELIPE - Que lugar seria esse hein?
MEL - Vamos logo procurar porque essa brincadeira já tá me cansando!
5/ ILHA/ PRAIA. EXTERIOR. TARDE
Felipe está na praia da ilha, ele sobe num coqueiro após subir em vários, ao subir primeiramente ele repara na bela vista para o oceano e logo após ela olha para folha e vê nela um pequeno baú. Ele sorri, pega o baú, joga no chão e desce do coqueiro.
FELIPE - (Gritando) Achei a dica gente, achei!
Logo todos vão para a praia.
MEL - Até que enfim! Abre!
Felipe abre e começa a ler.
FELIPE - (Lendo a carta) "Ae finalmente encontraram minha dica, espero realmente que a entendam."
Felipe repara abaixo num desenho onde há um desenho da ilha que destaca as partes mais altas dela, também há um fundo azul abstrato, quanto mais alto o ponto representado menor é o tom azulado do fundo e no ponto mais alto há uma tarja vermelha. A imagem passa por todos que não entendem absolutamente nada.
DOUGLAS - Nunca vi algo tão sem nexo!
CAROL - Tá bom, isso é muito complexo!
MEL - Não entendi nada!
DAVID - Que coisa é essa?
JÚLIO - Olha gente, essa dica pode ser mais valiosa do que imaginamos!
FELIPE - Será que umas aulinhas de ciências não ajudariam vocês?
DAVID - Falando do quê?
FELIPE - Deixa quieto.
Todos estranham.
HORAS DEPOIS...
6/ CABANA. INTERIOR. NOITE
Felipe está preparando o jantar, enquanto todos estão na sala. Felipe mexe o macarrão até que tira um pequeno vidrinho dentro da panela escondido de todos e coloca o vidro vazio no bolso, ele meche o macarrão misturando o sonífero. Ele sorri. Felipe termina o macarrão.
FELIPE - Pessoal, o jantar está na mesa.
Todos vão para a mesa e se sentam, Felipe os servem e todos saboreiam a comida menos Felipe, todos famintos, nem percebe que Felipe mal toca em seu prato. Todos terminam de jantar.
DOUGLAS - Hum Felipe! Muito boa, qual tempero você usou?
FELIPE - Um mestre nunca revela seus segredos meu caro!
DAVID - Eu gostei, é só o gosto sei lá, ficou meio agridoce.
MEL - Eu também achei.
CAROL - (Bocejando) Ai que sono! Vou deitar um pouco.
MEL - Eu também.
Todos, aos poucos vão caindo de sono um a um deitando-se em qualquer lugar, Felipe se levanta sorridente, ele se aproxima de Júlio e o dá um chute de leve para ver se dormiu, constatando o sono. Ele se senta e pensa por um instante.
FELIPE - Desculpem pessoal, mas eu já sei onde que está o bem dito tesouro e eu não ia correr o risco de vocês concorrerem comigo né! Mas também quem mandou matarem aula de biologia.
Felipe pega uma lanterna, sua mochila e sai da casa.
7/ ILHA/ MATA. EXTERIOR. NOITE
Felipe anda pela ilha tranquilamente acendendo a lanterna rumo a algum lugar. Até que começa a ouvir sons estranhos, esquisitos que ele nunca ouvira antes.
FELIPE - Que é isso!? Ai meu Deus, eu tenho que sair daqui!
Logo sua lanterna começa a pistar, a tensão é total, Felipe começa a correr desesperado até que a lanterna se apaga de vez.
FELIPE - (Gritando) SOCORRO! ALGUÉM ME AJUDA PELO AMOR DE DEUS!
Logo se ouve um grito desesperado.
8/ CABANA. INTERIOR. NOITE
Com a fraqueza do sonífero todos vão se acordando. Eles se assustam ao ouvirem o grito.
DOUGLAS - Gente, acordem, algo aconteceu!
CAROL - É mesmo! Cadê o Felipe!?
JÚLIO - Boa pergunta. Onde será que ele se meteu?
Mel e Douglas se entreolham com um nó na garganta.
DOUGLAS - Mel...
MEL - (Com lágrimas nos olhos) Paul...
DAVID - Quem é esse? O que aconteceu com o Felipe?
JÚLIO - Gente atrás dele, rápido!
Todos pegam suas lanternas e saem a caça de Felipe desesperados.
9/ ILHA/ MATA. INTERIOR. COMEÇO DE MADRUGADA
Todos berram desesperados por Felipe na mata, com as lanternas. Até que Carol tropeça em algo e cai no chão, ela coloca a lanterna em suas mãos e vê as mãos totalmente manchadas de sangue.
CAROL - AH!
Todos correm até Carol com o grito. Carol está com a mão toda ensanguentada, ela se levanta. Todos se assustam totalmente, eles colocam as lanternas no meio da clareira na mata e reparam em Felipe que está caído no chão, com o corpo totalmente desfigurado, morto. Todos ficam boquiabertos, em choque e desesperados.
Congela em Carol, David, Douglas, Júlio e Mel se entreolhando totalmente assustados com a cena