Penúltimo Capítulo
Capítulo 24 - A Ilha do Tesouro
[PENÚLTIMO CAPÍTULO]
1/ CONTINENTE/ GALPÃO. INTERIOR. NOITE
Mário olha para o carro de Luzia em chamas totalmente perplexo, Carine e Matias correm em direção ao galpão, Serafina olha para trás e percebe que os policiais estão por perto além de Mário.
MÁRIO - ASSASSINA!
SERAFINA - Essa não!
Serafina corre para o carro e acelera em dispara com ele para fora do galpão quase atropelando Matias e Carine que entravam nele. Matias e Carine ao verem Serafina morta em meio as altas labaredas que se formam ficam em estado de choque assim como Mário.
MATIAS - Meu Deus!
CARINE - Atrás dela!
Matias e Carine correm e entram em seu carro acelerando em disparada perseguindo Serafina.
2/ CONTINENTE/ AEROPORTO INTERNACIONAL. INTERIOR. NOITE
Mário chega em Berto, chorando pela amiga, ele se aproxima de Berto que está com o bebê no colo.
BERTO - Mário!? Ela foi presa né?
Mário faz que não.
MÁRIO - Você vai ter que ser forte Berto... A Luzia... Ela... Ela foi assassinada pela Serafina.
Berto fica perplexo e começa a chorar angustiado. Mário o abraça.
3/ CONTINENTE/ AVENIDA/ EXTERIOR. NOITE
Serafina corre à toda por uma auto estrada com a polícia a perseguindo usando a sirene, Serafina está desesperada.
SERAFINA - Meu Deus! Eu tenho que fugir daqui! Eu tenho que sumir!
Ela olha no retrovisor e vê o carro da polícia que também está no mais rápido que pode, bastante tensão no momento, Serafina pisa cada vez mais fundo no acelerador que já bate mais 180km/h em seu carro extremamente potente.
CARINE - DROGA! A gente tem que prender essa vadia, ela é nossa única esperança.
MATIAS - Nós avisamos pra Luzia que ela ia acabar assim... Não nos ouviu agora temos que ficar perseguindo sua assassina!
4/ ILHA/ PRAIA. EXTERIOR. COMEÇO DE TARDE
Mel, Júlio e David terminam a canoa.
DAVID - Ufa! Terminamos a canoa, vamos sair desse inferno logo de uma vez agora!
JÚLIO - Até que enfim!
MEL - Passamos o dia inteiro focados nisso, mas valeu a pena.
DAVID - Então pessoal, de uma vez por todas preparados para sairmos de uma vez dessa ilha?
Mel e Júlio se olham pensativos e bastante tensos.
5/ CONTINENTE/ AVENINDA. EXTERIOR. NOITE
Serafina continua sendo perseguida em alta velocidade pelos policiais na avenida praticamente deserta.
SERAFINA - Eu tenho que me livrar deles! Eu tenho que me livrar!
CARINE - (No mega fone) Se renda! Vai ser melhor pra todos caramba!
SERAFINA - (Berrando) NUNCA!
Serafina continua dirigindo em alta na avenida fugindo dos policiais e tentando despistá-los. Carine pega uma pistola e começa a mirar nos pneus, ela dispara um tiro e não acerta, dispara outro Serafina vai desviando.
SERAFINA - DESGRAÇADOS!
Carine começa a disparar vários tiros, todos errando enquanto a perseguição aumenta, Serafina olha para trás para ver os tiros e desviar quando não percebe que vem uma curva pois estava olhando para trás.
CARINE - (No mega fone) CUIDADO!
Serafina vira-se para frente quando percebe e tenta controlar a direção do carro ele quebra a barreira da curva na avenida e cai de um largo barranco capotando várias e várias vezes até chegar ao chão praticamente destruído.
6/ ILHA/ PRAIA. EXTERIOR. COMEÇO DE TARDE
JÚLIO - Na verdade eu tenho uma ideia...
DAVID - Que ideia Júlio?
JÚLIO - De colocarmos a canoa na cabana, deixando-a protegida e irmos caçar o tesouro!
MEL - Eu topo! Não vim pra cá pra sair de mãos abanando.
DAVID - Ah gente! Por favor! Vamos sair logo daqui.
MEL - David, pensa, ainda é cedo, devem ser no máximo umas 10 da manhã, o importante é sairmos daqui até o pôr do sol, saindo até o pôr do sol estamos seguros. Pensa David, pensa não há risco algum!
DAVID - Só o de perdermos nossas vidas, mais nenhum.
JÚLIO - Vai David!
DAVID - Tá bom... Eu topo, mas assim que começar a se pôr com ou sem tesouro nos mandamos daqui!
JÚLIO - Certo.
MEL - Ok.
David, Mel e Júlio pegam suas mochilas e a canoa e vão em direção a cabana.
7/ CABANA/ SALA. INTERIOR. COMEÇO DE TARDE
David, Júlio e Mel entram na cabana, eles colocam a canoa no sofá da sala e dão uma última olhada para a cabana.
DAVID - Tomara que essa seja a penúltima vez que vimos essa cabana.
JÚLIO - É mesmo!
MEL - Espero que sim, agora vamos.
Eles pegam suas pás e suas mochilas e vão escavar na ilha.
8/ ILHA/ MATA. EXTERIOR. TARDE
Já se passou algumas horas, falta apenas pouco mais de 1h para o pôr do sol, os herdeiros mal estão reparando nisso. Júlio se acomoda numa árvore da ilha que tem vista para a montanha.
JÚLIO - Af gente! Que canseira que eu to viu!
DAVID - Vamos embora?
MEL - Não! Ainda falta um bucado pro sol se por, olha pro céu!
JÚLIO - É mesmo, vamos tentar mais um pouco.
DAVID - Ok!
Júlio, cansado, admirando as montanhas pega uma garrafa de água para beber, até que a água cai em sua roupa a molhando um pouco.
JÚLIO - Droga!
Nisso, por um acaso vem para Júlio uma lembrança:
Júlio tem pouco mais de 8 anos, ele está numa sala de aula, na sua pequena e rústica carteira ele pega sua garrafa de água para beber, quando a garrafa vira, os coleguinhas de Júlio zombam, a professora vai até Júlio.
PROFESSORA - Menino! Olha só o que fez!
A professora abre a mochila do garoto e tira uma blusa do uniforme para emergências com a outra roupa.
PROFESSORA - Pode ir no banheiro se trocar Júlio!
Júlio vai ao banheiro, a professora bate a régua na mesa, os alunos que zombavam de Júlio ficam em silêncio. A professora pega uma linda cartolina e coloca no quadro negro, na cartolina há um desenho de uma cidade e no alto do desenho a cidade é cercada por várias montanhas, o fundo azul conforme vai subindo vai ficando mais claro representando o ar.
ALUNO - Professora, professora, porque esse azul vai ficando mais claro conforme vai aumentando?
Nisso Júlio volta a sala com o uniforme trocado e se senta na mesa.
PROFESSORA - Excelente pergunta! Então, é que o ar, quando mais alto ele fica rarefeito, ou seja quanto mais alto está mais difícil é de se respirar porque não há tanto ar assim, por isso pintamos dessa cor, vai cair na prova hein decorem!
Júlio para de se lembrar, perplexo.
MEL - Júlio!? Tudo bem com você?
Júlio continua pensativo, em seguida ele se lembra:
Felipe abre e começa a ler.
FELIPE - (Lendo a carta) "Ae finalmente encontraram minha dica, espero realmente que a entendam."
Felipe repara abaixo num desenho onde há um desenho da ilha que destaca as partes mais altas dela, também há um fundo azul abstrato, quanto mais alto o ponto representado menor é o tom azulado do fundo e no ponto mais alto há uma tarja vermelha. A imagem passa por todos que não entendem absolutamente nada.
JÚLIO - GENTE! Para tudo!
Mel e David prestem atenção em Júlio.
JÚLIO - Lembram daquela dica sem nexo do Samuel? Então, agora me veio a mente uma lembrança que eu entendo isso, aquele desenho ele realçava as montanhas e tinha destaque pro azul que clareava mais e até tarja lá em cima.
MEL - Sim, e daí?
JÚLIO - E daí que o azul diminuindo de tom quer dizer o ar que nas montanhas é rarefeito, tornando-se mais difícil de se respirar.
DAVID - Ou seja o tesouro está nas montanhas.
Júlio faz que sim.
9/ CONTINENTE/ DELEGACIA/ CARCERAGEM. INTERIOR. NOITE
Por uma policial Serafina, com alguns ematomas e arranhões, vai entrando na carceragem feminina, enquanto vai passando pela carceragem ela vai ouvindo piadinhas das detentas, Serafina para de frente a uma cela junto com a policial que abre a cela, Serafina olha ao redor com os olhos cheios de lágrima.
CARCERAGEM - Entra logo mulher!
Diz a carcereira dando um empurrão em Serafina que cai dentro da cela, arrasada. A carcereira fecha a cela e se vai. Serafina olha para cada canto de sua cela.
10/ ILHA/ MONTANHA. INTERIOR. FIM DE TARDE
David é o único que começa a reparar que o sol está se pondo por completo.
DAVID - Gente o sol tá se pondo!
MEL - Que nada, vamos mais!
JÚLIO - É mesmo, ainda tá em tempo.
Júlio continua subindo a montanha, cavando em partes, ele segura na mão de Mel para se equilibrar melhor. Até que ambos passam por um buraco no meio da montanha, Júlio cai segurando sua pá e puxa Mel.
DAVID - MEL!
David puxa dentro do buraco. Todos ficam dentro do buraco da montanha.
MEL - Droga!
JÚLIO - Gente, esse buraco nessa montanha não pode estar aqui à toa!
DAVID - (Apavorado) Meu Deus, nos proteja, estamos ferrados, está anoitecendo e estamos presos nessa montanha!
11/ CONTINENTE/ DELEGACIA/ CARCERAGEM. INTERIOR. NOITE
Serafina continuava na carceragem pensativa, ouvindo gozações das presidiárias. Até que levanta com um plano em mente.
SERAFINA - CARCEREIRA! CARCEREIRA, POR FAVOR AQUI!
A Carcereira rapidamente vai até a cela de Serafina.
CARCEREIRA - O que foi novata!? Aqui não é sua casa nem eu sou sua empregadinha pra ficar incomodando não!
SERAFINA - Eu PRECISO falar com os policiais, é urgente, eu to pensando num bom acordo, POR FAVOR!
CARCEREIRA - Ok.
12/ CONTINENTE/ DELEGACIA. INTERIOR. NOITE
Carine e Matias estão na delegacia, pensativos, até que a carcereira bate a porta.
CARINE - Pode entrar!
A Carcereira entra acompanhando Serafina que está algemada.
CARCEREIRA - A princesinha aqui quer conversar.
MATIAS - Claro, pode deixar, deixe-a aqui e pode ir.
A Carcereira deixa Serafina lá e se vai.
MATIAS - Então, o que quer Serafina? Tentar um acordo, afinal é uma questão de horas descobrirmos quem dos herdeiros é seu parente.
SERAFINA - É exatamente isso que eu vim fazer, tentar um acordo.
Todos se sentam.
CARINE - Esteja a vontade.
SERAFINA - Agora eu vou revelar QUEM MATOU SAMUEL STONE.
13/ ILHA/ MONTANHA. INTERIOR. NOITE
David e Mel estão tentando sair aflitos, David desesperado pois já anoitecera, Júlio começa a escavar a montanha.
DAVID - Enlouqueceu Júlio!? Você quer provocar um deslizamento de terra e nos matar de uma vez?
JÚLIO - Não David! O tesouro tá por aqui, eu sinto! Vamos achá-lo!
DAVID - Estamos presos, temos que nos preocupar em sair dessa maldita ilha!
David e Mel continuam tentando sair, Júlio continua cavando por dentro da montanha, alguns pedaços de barro começam a cair.
DAVID - Para Júlio, PARA!
Júlio não o ouve e continua, até que sente encostar em algo sólido, sem ser terra. Ele fica boquiaberto e dá uma última cavada, até que acha um baú. Todos ficam perplexos. Júlio puxa o baú, os herdeiros abrem e se deparam com centenas de cheques de valores como 100 mil, 200 mil compondo no total 1,5 bilhões em dólares e também as escrituras das casas e das empresas.
JÚLIO - ACHAMOS O TESOURO!
MEL - Amém! Achamos o tesouro!
Júlio fecha o baú, todos se abraçam comemorando extremamente felizes acharem o tesouro, mas a felicidade dura apenas alguns segundos pois logo em seguida começam-se a ouvir ruídos de Pool cada vez mais próximos. Todos se apavoram presos na montanha.
MEL - É ele!
DAVID - Pool!
MEL - É AGORA OU NUNCA PESSOAL!
MUITA TENSÃO! Todos se entreolham totalmente apavorados, presos na montanha com Pool se aproximando. Naquele momento aquilo tinha se transformado num TUDO OU NADA e apenas a sorte poderia decidir o final dessa história.